A demanda global por produtos chineses tem sido tão forte recentemente que está criando uma escassez de contêineres e elevando os custos de transporte, impedindo muita demanda das exportações chinesas nos próximos meses.
As exportações estão diminuindo desde julho de 2020, alimentadas por compras relacionadas à pandemia, como máscaras médicas e equipamentos para trabalho em casa, incluindo computadores. E em contra partida, as importações não têm crescido no mesmo ritmo, resultando na falta de contêineres voltando à China para serem recarregados e reenviados.
O custo de envio de um contêiner de 40 pés de Xangai para o Brasil era em média $2.000, antes da pandemia. Hoje, em Janeiro de 2021, o preço por contêiner chegou a bater $9.000.
Por que isso acontece?
O custo de envio de mercadorias aumenta com a alta demanda, diminuindo o número de caixas vazias
Os “preços crescentes dos embarques da China devido à escassez de capacidade de transporte pesarão no crescimento das exportações da China, apesar da demanda externa ajudada pela temporada de férias e bloqueios de fábricas na Europa”, Serena Zhou, analista de renda fixa do Mizuho Financial Group Inc. em Hong Kong.
A escassez de contêineres provavelmente atuou como um freio às exportações em dezembro, escreveu ela. Os gargalos também podem piorar, já que os exportadores procuram embarques antecipados antes do fechamento normal do Ano Novo Lunar, que começa no início de fevereiro deste ano.
As repercussões da escassez estão sendo sentidas em toda a Ásia, com um relatório de meados de dezembro da agência de promoção comercial do Japão destacando o aumento das taxas de frete e a falta de caixas no Sudeste Asiático e na Índia.
A maior companhia marítima sul-coreana, HMM Co., disse na última quinta-feira que a falta de caixas e espaço nos navios provavelmente continuará no primeiro semestre de 2021. A empresa enviou navios extras para as rotas dos EUA para ajudar as empresas sul-coreanas a despacharem suas mercadorias vai adicionar outro navio à Europa no final deste mês.